Na tribuna, Cristovam anunciou sua candidatura
O senador Cristovam Buarque (PPS-DF) anunciou nesta
segunda-feira, 13, que vai tirar uma licença de quatro meses para iniciar a sua
campanha como pré-candidato do PPS à Presidência da República em 2018. Para
isso, ele pretende “viajar” e “convencer” os militantes do partido. Com a
saída, quem assume como suplente é o petista Wilmar Lacerda, ex-secretário do
governo Agnelo Queiroz no Distrito Federal e citado no caso do mensalão.
Segundo Cristovam, existe uma possibilidade real do
apresentador Luciano Huck ser o candidato do PPS na próxima eleição
presidencial. “Não é boato, é verdade, e acho que seria muito positivo se ele
entrasse no partido. Vou disputar com ele”, declarou ao Broadcast Político,
serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.
FALTA JUNGMANN – Buarque disse ainda que
seria “muito importante” se o ministro Raul Jungmann (da Defesa) também
pleiteasse a vaga – a convenção nacional da sigla para definir o candidato está
prevista para março do ano que vem.
“Eu creio que eu tenho condições – e os outros
candidatos também devem ter – de dizer como é que eu penso que o Brasil pode
fazer para retomar a coesão e definir um rumo para o seu futuro, se o meu
Partido me escolher. Mas, para isso, eu vou precisar convencer os militantes do
meu partido e ouvir o povo”, explicou, ponderando que, se houvesse apoio
unânime ao seu nome na sigla, ele não precisaria se afastar por quatro meses do
Senado neste momento.
Apesar das pretensões de Buarque, aliados de seu
suplente petista Wilmar Lacerda afirmam que ele vinha cobrando o afastamento do
senador desde o início do ano. Os dois teriam firmado um acordo ainda no
período da campanha eleitoral, em 2010, para dividir parte do mandato de oito
anos. Na época, Cristovam era mais próximo do Partido dos Trabalhadores.
É UMA LICENÇA – Nesta segunda-feira, no
entanto, Cristovam negou que tenha feito um acordo político para se licenciar.
“Se houvesse pressão, seria para eu renunciar ao mandato, e não para me afastar
por apenas quatro meses, isso não faz sentido. Eu sempre digo que acho
importante senadores se licenciarem por um período, pois oito anos de mandato é
muito tempo”, rebateu.
Mais cedo, no plenário, Cristovam afirmou que
mantém “grande relação pessoal” com Lacerda. “Meu suplente não financiou
campanha, meu suplente não é daqueles que chegam só para ajudar, é um velho
militante do Partido dos Trabalhadores, que não é o meu Partido, mas é o
suplente que eu tenho. E eu estou tranquilo de deixar (o mandato) nas mãos dele
“, defendeu da tribuna do Senado.
Lacerda ocupa atualmente um cargo na liderança do
PT no Senado. Ele foi secretário de Administração Pública do governo de Agnelo
Queiroz, que comandou o Distrito Federal entre 2011 e 2014. Após o fim do
mandato, foi condenado junto do ex-governador por improbidade administrativa,
mas acabou absolvido após entrar com recurso. Ex-presidente do PT no DF, ele
também foi envolvido na CPI do Mensalão por ter sacado dinheiro depositado pelo
publicitário Marcos Valério na conta do partido.
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(Tribuna da Internet) – Quatro meses (120 dias) é o período necessário para haver
convocação de suplente. Quando o senador se afasta (ou é afastado) por menos de
120 dias, como foi o caso de Aécio Neves, o suplente não é convocado. Isso
significa que Cristovam Buarque está homenageando seu suplente, pois esta
estória de “compromisso” para dividir o mandato é uma conversa fiada. Em 2010,
Cristovam era o favorito e ganhou a eleição para Senado com folga. Seu suplente
Wilmar Lacerda nem era do PT, mas do PMDB. Na verdade, Cristovam vai disputar a
reeleição para o Senado. A candidatura à Presidência é só para ganhar
visibilidade, porque o PPS jamais o lançará. O partido vai de Huck ou faz
coligação com outra legenda mais forte. (C.N.)
Deu em O Tempo - (Agência Estado) – Tribuna da Internet