Maria Benedita Marques e suas flores desidratadas do cerrado: peças
estarão à venda no encontro
*Por Ana Carolina Alves
Cerca de 250 trabalhos de artistas de 20 estados brasileiros e 15 países
estarão expostos em evento que começa hoje e vai até o dia 23, no Centro de
Convenções Ulysses Guimarães. Entre eles, grandes nomes regionais e
internacionais
Artesão, de acordo com o dicionário, é “o indivíduo
que pratica arte ou ofício que depende de trabalhos manuais”. Já na vida, a
definição pode ser outra: “ter prazer pela arte, fazer dela uma terapia. É um
processo de desenvolvimento mental”. A segunda explicação é de Alex Teles,
artesão de 42 anos e um dos homenageados na 11ª edição da Feira Internacional
de Artesanato (Finnar), que começa hoje e tem como tema os grandes mestres do
artesanato brasileiro.
Alex e o pai dele, Mario Teles, 75 anos, são dois
dos representantes legítimos do triângulo de criação Teles – iniciado pelo já
falecido Geraldo Teles de Oliveira, o GTO. A família, moradora de Divinópolis
(MG), é conhecida no meio artístico por obras esculpidas em madeira. Elas podem
demorar de um dia a um ano para ficarem prontas, segundo os criadores.
Mario Teles começou a esculpir aos 41 anos e
produziu mais de 5 mil peças exclusivas. E continua fazendo arte, com a ajuda
do filho. “As minhas obras são os meus filhos. Cada arte é única. Temos peças
em algumas galerias de Brasília, mas é a nossa primeira vez na feira”, diz Alex
Teles. As obras dele apareceram recentemente na novela A Lei do Amor, da TV
Globo.
Moradora da Candangolândia, Maria Benedita Marques,
61 anos, também vai expor seu trabalho na Finnar. Ela começou a trabalhar com
flores desidratadas do cerrado aos 23 anos. Vende as peças pelas ruas e feiras
que acontecem ao longo do ano na capital. “Eu mesma vou ao cerrado e colho as
flores secas. Depois, é só hidratar as pétalas e botar para secar. Sempre fiz
flores, aprendi sozinha, por influência dos meus avós, que eram índios”,
explica.
Já o turco Akin Uyar, 41 anos, vende as peças da
Turquia, México, Marrocos e Índia. Morador de São Paulo há oito anos, ele diz
que é a sexta vez que participa da Finnar. “Vou a vários países e sempre trago
novidades. O público de Brasília é muito receptivo e gosta dos meus produtos. É
uma cidade muito culta”, ressalta.
Economia aquecida
A Finnar recebeu mais de 100 mil visitantes em 2016
e espera ultrapassar seu público este ano. São cerca de 250 trabalhos de 20
estados e 15 países. Além da exposição, o evento oferecerá palestras,
workshops, oficinas e shows. A organizadora do evento, Hilda Alves, afirma que
a feira produz grande impacto econômico para Brasília e para os artesãos. “O
evento traz muita gente de fora. Tem a questão de hospedagem, alimentação,
locomoção. Durante os 10 dias de feira, vamos conseguir gerar mais de 2 mil
empregos diretos e indiretos no DF”, afirma.
Programe-se: » 11ª Feira Internacional de
Artesanato (Finnar) - » Centro de Convenções Ulysses Guimarães - » De
hoje a 23 de abril - » Aos feriados, sábados e domingos, funcionará das
11h às 22h. Nos dias de semana, das 16h às 22h. Ingressos à R$ 10 (inteira)
- » Classificação livre
(*) » Ana Carolina Alves* - * Estagiária sob supervisão de
Renato Alves – Foto: Barbara Cabral – Esp/D.A.Press - Correio
Braziliense