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ANA DUBEUX » Informar não basta

Por: Ana Dubeux - Editora-chefe do jornal Correio Braziliense

O papel do jornalismo, em especial da mídia impressa, tem despertado discussões acaloradas. Até promissoras, acredito, pois, ao contrário do que se pensa ou se diz por aí, não se trata apenas de sobrevivência. Devemos falar sobre relevância. O jornalismo precisa fazer sentido à vida das pessoas, do seu microcosmo, da sua cidade, de seu país, de seu planeta. Sem isso, ele morre mesmo sem morrer, escorre por entre as letrinhas impressas ou digitais. Por essa razão, independentemente do meio, o ofício transcende ao informar. Mais do que nunca, cabe ao jornalismo transformar.

Transformar a realidade dos moradores de um lugar é também despertar a consciência e chamar a atenção para o que não veem. É de tanto não ver que os brasilienses estão morrendo no trânsito. Olham as ruas, mas não a percebem. Estão ocupados em digitar, teclar, fiscalizar redes sociais a cada segundo. O vício não encontra ambientes hostis. Então, o carro tornou-se acolhedor para o celular — e, consequentemente, um meio propagador de perigo. Dia desses, médicos da Rede Sarah, especializada em reabilitação, alertaram para esta triste realidade: nove entre 10 pacientes internados, quando recuperam a consciência, confessam que estão ali por um bobo deslize. E muitas vezes esse lapso de segundo deve-se à distração por causa do celular.

Na última semana, o Correio Braziliense deu a largada para uma nova campanha pela prevenção de mortes no trânsito, em especial contra o uso do aparelho ao volante. É mais uma iniciativa de chamar a atenção e ajudar a transformar essa realidade, que tem tirado vidas no trânsito. 

As pessoas desaprenderam a olhar para os lados antes de atravessar a rua e a manter o carro em linha reta e na velocidade da via porque estão ocupadas demais mandando torpedo enquanto andam na rua ou respondendo WhatsApp enquanto dirigem. Parece uma imbecilidade, mas virou um comportamento rotineiro e extremamente nocivo à sociedade. E é por isso que temos o compromisso de alertar, de insistir nesse assunto até que ele deixe de ser uma ameaça. Será uma dura caminhada. Convidamos os leitores a refletirem sobre o assunto e a se engajarem conosco nessa campanha.

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