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Brasília, 58 anos


Brasília, 58 anos

Há 58 anos, brasileiros de todas as partes começaram a chegar à nova capital com o sonho de tornar Brasília uma cidade de conquistas. Era um tempo de terra vermelha, pouca estrutura e a sensação de que a qualquer momento seria hora de fazer as malas e voltar para casa. Esse passado não existe mais. Brasília é a casa de 3 milhões de habitantes e acolhe uma população que vive nas cidades vizinhas de cerca de 1 milhão de pessoas cuja existência está diretamente relacionada à capital.

Ficou para trás também a fama de que Brasília era apenas um centro político gerador de escândalos de corrupção. A cidade se tornou referência no design, com profissionais que se destacam na moda, na arte gráfica e na criação de móveis e joias. Na área cultural, dispõe de grandes eventos consolidados, como o Festival de Cinema e o Cena Contemporânea. É ainda um polo de gastronomia com vasta diversidade de sabores de diferentes áreas do planeta.

A arquitetura pós-moderna atrai turistas de todas as partes do mundo. Gente que vem beber das ideias dos grandes nomes que passaram por aqui, como Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Athos Bulcão e Lelé. O turismo de eventos sobressai. Neste ano, a urbe construída por JK foi sede do Fórum Mundial das Águas, com a participação de 100 mil pessoas.

Brasília cresce muito além do Plano Piloto. Bairros como o Noroeste e cidades como Samambaia, Ceilândia e Sobradinho representam oportunidade de investimentos imobiliários. Três décadas depois do início das invasões e grilagens, condomínios e loteamentos erguidos em área pública começam a ser regularizados.

O agronegócio merece destaque. O Distrito Federal tem a maior produtividade de grãos do país. O agricultor, aqui, colhe mais sacas por hectare plantado do que os reis da soja. A ciência conquista troféus. Recentemente, Thaís Vasconcelos, ex-estudante da UnB, ganhou o prêmio anual John C Marsden Medal, da Linnean Society, de Londres, por pesquisa na área de biologia considerada a mais importante do mundo.

Não se chega aos 58 anos sem problemas e soluções. A crise hídrica começa a arrefecer com os reservatórios em alta. O governador Rodrigo Rollemberg deve anunciar em maio a data do fim do racionamento. Uma obra recupera o viaduto da Galeria dos Estados, construído em 1960, ano da inauguração da capital, que, por falta de adequada manutenção, desabou em fevereiro deste ano.

Mas ainda há muito a ser feito. O Teatro Nacional continua fechado, quatro anos depois de ter as atividades suspensas por falhas na estrutura. Melhorias na saúde e no transporte públicos são exigidas pela população e, mesmo com estatísticas que mostram queda recorde nos índices de homicídios, a segurança demanda investimentos em pessoal e estrutura.

O Distrito Federal começa a equacionar as contas públicas graças a esforço de ajuste fiscal, mas precisa dar impulso ao setor produtivo para gerar empregos e ampliar a arrecadação. Só assim a folha de pagamentos do funcionalismo será menos onerosa e sobrarão mais recursos para investimentos nos serviços públicos essenciais à população.


Descrição: Descrição: http://app.impresso.correioweb.com.br/access/da_impresso_130686904244/267550/41/eq.gifCorreio Braziliense - Fotos/Ilustração: Blog - Google



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