Um símbolo brasileiro
*Por Jane Godoy
Hoje é o dia do mais importante símbolo máximo de
brasilidade. Esse que, mesmo fora do país, nos identifica e nos emociona: a
bandeira do Brasil. Ela representa a nação brasileira diante dos outros povos
nos mais distantes rincões do globo.
A bandeira foi apresentada em 19 de novembro de
1889, por meio do Decreto nº 4, quando a República havia sido proclamada, há
apenas quatro dias. A história nos conta que esse modelo atual substituiu a
antiga bandeira imperial do país. Décio Vilares, com inspiração na bandeira do
império, projetou a nossa bandeira, em que colocou o retângulo verde, o losango
amarelo no centro e a esfera azul celeste dentro do losango, onde uma faixa
branca traz os dizeres “Ordem e Progresso”, baseados nos estudos do filósofo
francês fundador do positivismo, Auguste Comte. Na esfera, 27 estrelas
representam os 26 estados e o Distrito Federal.
Muita geometria, muita teoria, muito estudo das
cores que encontramos em nossa linda bandeira. Mas muito mesmo, de maneira a
sufocar até os nossos corações, deveria ser o respeito por ela, em qualquer
situação, seja festiva ou adversa.
Professora de Educação Moral e Cívica (EMC) e de
Organização Política e Social Brasileira (OSPB) que fui, durante gloriosos 5
anos de minha vida, vejo, com tristeza e nostalgia que hoje, retiradas do
currículo escolar, (não sei quem teve essa infeliz e desastrosa ideia), as
sábias noções de patriotismo e nacionalismo se perderam no tempo e no coração
das crianças e dos jovens. Isso faz com que nossos símbolos nacionais se tornem
verdadeiras fantasias para enfeitar a Copa do Mundo, as Olimpíadas, as
miniblusas, camisetas e bandanas, os alegres lenços nas cabeças da rapaziada
marombeira ou não ou os corpinhos sarados das meninas.
Não! Nossa bandeira brasileira não existe para
isso. Justamente no seu dia, volto meu pensamento para ela e para seu
verdadeiro significado.
É preciso, com urgência, devolver aos pais que já
perderam a oportunidade de aprender na escola o valor do patriotismo e a
importância de reverenciar e respeitar os símbolos nacionais.
Tanto em casa quanto nas escolas, todos devemos
fazer um trabalho emergencial para que essa geração que começa a ir para a
escola tenha tempo de ver resgatado o amor à pátria que seus pais, por culpa
exclusivamente do Estado, não tiveram acesso ao que nossa geração teve e que eu
tive o privilégio de transmitir como docente.
A escola deve ensinar às crianças noções de amor à
pátria e à família. E ensiná-las a respeitar os idosos e seu próximo, como a
elas mesmas. E trabalhar mentes para um mundo melhor e mais decente. E formar
cidadãos honrados e éticos e trabalhadores.
Com tristeza assistimos à degradação e ao desprezo
à educação das crianças e jovens e, pior, a total discrepância entre a
verdadeira e correta finalidade da escola: ensinar. Preparar para um futuro
profissional brilhante.
Enquanto isso, devemos nós, enquanto família, fazer
esse trabalho de forma doméstica e convincente, para o bem de nossos filhos e
netos.
Se o Estado não se importa com isso, permitindo
interferências maléficas e assustadoras ao ensino que, há séculos, se restringe
ao saber por excelência, façamos nós a nossa parte.
Montemos guarda sobre a psique de nossas crianças e
as vejamos crescer dignas, respeitadoras, éticas, patriotas e que, como meu
neto, menininho de dois anos e meio, empunhe com orgulho a sua pequena bandeira
nacional e, mãozinha no peito (foto), peça que cantemos o Hino Nacional
Brasileiro. Não existe emoção maior do que presenciar uma cena dessas.
Bandeira brasileira, no seu dia, todo o nosso
respeito e reverência!
(*) Jane
Godoy – Coluna 360 Graus – Fotos: Viola Junior/CB/D.A.Press – 360 Graus –
Correio Braziliense