Em 1959, iniciou-se a construção de conjunto de casas geminadas para
abrigar as famílias de funcionários públicos de menor escalão que chegavam à
capital. Era o Setor de Residências Econômicas Sul (SRES), distante cerca de 10
quilômetros do Plano Piloto. Mas o local logo ganhou seu primeiro apelido. Como
era formado por casinhas brancas em meio à poeira vermelha do cerrado,
começaram a chamá-lo de Cemitério.
Naquele tempo, além de afastado, o lugar parecia uma selva, com mato
alto e animais circulando pelas ruas, como veados, cobras e gaviões. Surgiu,
daí, seu segundo apelido: Bairro do Gavião. Mas os moradores não gostavam
daquela alcunha, pois consideravam-na depreciativa. E pediram uma denominação
definitiva ao governo. Então, em 1960, o bairro foi batizado oficialmente de
Cruzeiro, por ficar próximo à Praça do Cruzeiro, local da primeira missa
realizada em Brasília.
Em 1967, houve uma nova expansão, dessa vez com a construção de um
conjunto de edifícios. A ideia seria aproveitar um projeto de Lucio Costa
similar ao das quadras 400 do Plano Piloto. Mas, provavelmente devido à
especulação imobiliária, os prédios passaram a ter quatro andares, em vez de
três. Era o Setor de Habitações Coletivas Econômicas Sul (SHCES), que foi
batizado de Cruzeiro Novo, nome da nova moeda que era implantada no Brasil
naquela época. Então, a partir daí, o bairro original passou a se chamar
Cruzeiro Velho.
Por João Carlos Amador
Criador do Projeto Histórias de Brasília – Foto: Arquivo pessoal
Criador do Projeto Histórias de Brasília – Foto: Arquivo pessoal