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Acordo Transpacífico pode reduzir, ainda mais, importância econômica do Brasil

Celebrado como o maior acordo comercial regional da história, a Parceria Transpacífico (TPP), envolvendo EUA, Japão, Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Cingapura, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru e Vietnã, e com perspectiva da entrada de Coreia do Sul, Taiwan, Filipinas e Colômbia, está prestes a reduzir a importância do Brasil como player econômico internacional.

Acorrentado a acordos anacrônicos do Mercosul, cuja a pauta interna se orienta segundo as diretrizes da cartilha bolivarianista ou coisa que a valha, o Brasil vive, talvez, um dos piores momentos de sua história justamente por insistir em parcerias e tratados distantes do mundo real e asséptico dos negócios.

Analistas de diversas tendências são unânimes em considerar que o Mercosul atrapalha a abertura comercial do Brasil rumo a outros mercados e a outros acordos bilaterais, não só pelo fato de essas negociações exigirem consenso entre os membros, mas também porque Venezuela e agora a Bolívia, como novos integrantes do bloco, prejudicam mais do que ajudam.

O Itamaraty, que já foi considerado uma das mais prestigiadas escolas de relações internacionais do mundo, especializada justamente nas ciências intricadas do comércio exterior, vem, desde 2003, sendo esvaziado das funções originais, reduzidas hoje a missões protocolares e de pouca relevância. Com a redução acentuada dos preços das commodities agrícolas e minerais, somada à forte recessão interna, o Brasil teria nas parcerias comerciais com outros países uma saída, ou, pelo menos, um atenuante aos indicadores econômicos internos.

A tal “ponte” que o ministro Levy enxerga na recriação da CPMF para sair do atoleiro poderia, com facilidade, ser construída a partir do estabelecimento de novas parcerias econômicas além-mar. Enquanto a Organização Mundial do Comércio registrava, em 2013, 543 acordos bilaterais, o Brasil, desde 1991, só estabeleceu acordos bilaterais com Egito, Palestina e Israel. Nesse clube de mendigos em que o Brasil insiste em permanecer, uma característica comum entre seus membros chama logo a atenção: a nítida trajetória rumo à falência econômica, política e social dos países, provocada justamente pelo modelo populista de governo, que tem no próprio Estado os limites do mercado.

A Parceria Transpacífico, reunindo economias que somam US$ 28 trilhões, ou 40% do PIB mundial, pode colocar em risco US$ 31 bilhões em exportações de manufaturados do Brasil, apenas num primeiro momento. No monumento à década perdida pelo Brasil, cada acordo desdenhado por motivos ideológicos aumenta o fosso que nos separa do restante do mundo desenvolvido e livre, aumentando também a profundidade do buraco em que já nos encontramos há tempos.

A frase que foi pronunciada
“O calor é tanto que já estou gostando de quem fala cuspindo.”
(Frase na internet atribuída ao Tiririca)

Por: Circe Cunha – Coluna “Visto, lido e ouvido” – Ari Cunha – Correio Braziliense – Foto/Ilustração: Blog - Google


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