Gim limpa o rosto: ex-senador diz que não pediu
propinas a empreiteiros para evitar convocação na CPMI
Ex-senador do Distrito Federal depõe ao juiz Sérgio
Moro, se nega a responder a perguntas do MP e se emociona ao dizer que não é
desonesto
Curitiba — Em depoimento ao juiz
federal Sergio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato na primeira instância
na capital paranaense, o ex-senador Gim Argello (PTB-DF) assumiu ter pedido
doações eleitorais a executivos de empreiteiras investigadas pelos desvios na Petrobras,
em 2014, mas disse que não tinha conhecimento do envolvimento deles com o
esquema de corrupção.
“Não sabia que eles eram envolvidos com a Petrobras”, respondeu Gim, que à época era vice-presidente da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investigava denúncias de irregularidades na estatal. “Eu pedi doação eleitoral dentro da lei”, afirmou o ex-senador, ao negar que tenha exigido propina para empreiteiros investigados na operação para que eles não fossem convocados pela comissão. No fim do depoimento, Gim emocionou-se perante o magistrado e chorou ao dizer que não era desonesto.
Gim encontra-se preso preventivamente desde abril no Complexo Médico-Penal de Pinhais, no Paraná. A prisão foi autorizada após os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato terem colhido provas de que ele recebeu R$ 5 milhões em propina da empreiteira UTC Engenharia, conforme delação premiada do dirigente da empresa, Ricardo Pessoa.
Segundo Pessoa, o ex-senador teria orientado que o dinheiro fosse pago na forma de doações eleitorais aos diretórios nacionais de quatro partidos: DEM (R$ 1,7 milhão), PR (R$ 1 milhão), PMN (R$1,15 milhão) e PRTB (R$1,15 milhão). Em 2014, as siglas integravam uma coligação com o PTB, partido pelo qual o ex-senador tentava a reeleição. Em troca, Gim agiria para evitar a intimação de executivos para depor na CPMI da Petrobras.
“Retaliação”
Em junho, Julio Camargo, consultor da construtora Toyo Setal e delator da Lava-Jato, também disse que foi pressionado por Argello a fazer pagamentos para influenciar o andamento das investigações no Congresso.
“Não sabia que eles eram envolvidos com a Petrobras”, respondeu Gim, que à época era vice-presidente da Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) que investigava denúncias de irregularidades na estatal. “Eu pedi doação eleitoral dentro da lei”, afirmou o ex-senador, ao negar que tenha exigido propina para empreiteiros investigados na operação para que eles não fossem convocados pela comissão. No fim do depoimento, Gim emocionou-se perante o magistrado e chorou ao dizer que não era desonesto.
Gim encontra-se preso preventivamente desde abril no Complexo Médico-Penal de Pinhais, no Paraná. A prisão foi autorizada após os procuradores da força-tarefa da Lava-Jato terem colhido provas de que ele recebeu R$ 5 milhões em propina da empreiteira UTC Engenharia, conforme delação premiada do dirigente da empresa, Ricardo Pessoa.
Segundo Pessoa, o ex-senador teria orientado que o dinheiro fosse pago na forma de doações eleitorais aos diretórios nacionais de quatro partidos: DEM (R$ 1,7 milhão), PR (R$ 1 milhão), PMN (R$1,15 milhão) e PRTB (R$1,15 milhão). Em 2014, as siglas integravam uma coligação com o PTB, partido pelo qual o ex-senador tentava a reeleição. Em troca, Gim agiria para evitar a intimação de executivos para depor na CPMI da Petrobras.
“Retaliação”
Em junho, Julio Camargo, consultor da construtora Toyo Setal e delator da Lava-Jato, também disse que foi pressionado por Argello a fazer pagamentos para influenciar o andamento das investigações no Congresso.
“Eles estão mentindo no que estão
falando, e é um processo de retaliação”, disse Gim. Apesar de não terem sido
convocados para depor na CPMI, os executivos acabaram indiciados no relatório
final.
O ex-senador reconheceu ainda que o presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, doou R$ 350 mil a uma igreja frequentada por ele (Gim) no Distrito Federal, mas negou que isso tivesse relação com sua atuação no Congresso. O executivo também não foi convocado para prestar depoimento perante os parlamentares.
Questionado pelo juiz Sérgio Moro se não enxergou as reuniões como sendo impróprias, o ex-senador respondeu “vi, sim, senhor, agora”. Gim se recusou a responder às perguntas do Ministério Público.
O ex-senador reconheceu ainda que o presidente da construtora OAS, Léo Pinheiro, doou R$ 350 mil a uma igreja frequentada por ele (Gim) no Distrito Federal, mas negou que isso tivesse relação com sua atuação no Congresso. O executivo também não foi convocado para prestar depoimento perante os parlamentares.
Questionado pelo juiz Sérgio Moro se não enxergou as reuniões como sendo impróprias, o ex-senador respondeu “vi, sim, senhor, agora”. Gim se recusou a responder às perguntas do Ministério Público.
Correio Braziliense – Foto: Reprodução/Polícia
Civil